Permanece cenário de cautela no endividamento e fragilidade na recuperação da saúde financeira das famílias, mas há sinais de aquecimento no varejo.
O indicador do Sistema de Proteção ao Crédito da Associação Comercial e Industrial de Londrina – ACIL, trabalha com dois índices: a) consumidores entrantes (incluídos na restrição ao crédito), que aqueles que deixaram de pagar alguma conta e tiveram o nome incluído no cadastro de consumidores inadimplentes, e b) consumidores saintes (recuperaram acesso a crédito), que são aqueles que estavam com o nome no cadastro de ‘restrição ao crédito’, mas negociaram suas dívidas e ‘limparam’ o nome.
O mês de setembro manteve a tendência de menor ingresso de consumidores no cadastro de inadimplentes, embora em ritmo menos acentuado do que no mês anterior. Houve queda de 35,1% nas inclusões em comparação com setembro de 2024, resultado que confirma a maior cautela das famílias em assumir novas dívidas e uma postura de maior prudência no consumo. No acumulado de janeiro a setembro, o índice de consumidores com registros de inadimplência apresentou retração de 23,4% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.
Já a análise do comportamento dos consumidores negativados revela uma retração de 43% no volume de negociações bem-sucedidas entre setembro de 2025 e setembro de 2024. No acumulado do ano, o contingente de consumidores que conseguiram reverter sua condição de inadimplência é 15% inferior ao registrado em 2024, indicando menor capacidade de recuperação financeira.
Por outro lado, o indicador de consultas ao Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) cresceu 6,45%, em contraste com a queda observada em agosto. O resultado sugere uma retomada cautelosa da intenção de compras a prazo e pode sinalizar uma ligeira melhora na confiança do consumidor e do varejo. Apesar de ser um dado positivo, ainda é insuficiente para caracterizar uma recuperação sólida, pois o desafio central permanece na recomposição da renda familiar e na criação de condições viáveis de renegociação, sem as quais a retomada do consumo seguirá limitada.