Situação indica maior cautela no endividamento, mas também dificuldade crescente para quitar dívidas e reativar o consumo.
O indicador do Sistema de Proteção ao Crédito da Associação Comercial e Industrial de Londrina – ACIL, trabalha com dois índices: a) consumidores entrantes (incluídos na restrição ao crédito), que aqueles que deixaram de pagar alguma conta e tiveram o nome incluído no cadastro de consumidores inadimplentes, e b) consumidores saintes (recuperaram acesso a crédito), que são aqueles que estavam com o nome no cadastro de ‘restrição ao crédito’, mas negociaram suas dívidas e ‘limparam’ o nome.
Os resultados de agosto de 2025 apontam que o mês de agosto de 2025 apresentou forte retração na quantidade de consumidores incluídos no cadastro de inadimplentes. Na comparação com agosto de 2024, a queda foi de 52,8%, enquanto no acumulado do ano a redução chega a 22,5%. Esse movimento reforça uma tendência de menor ingresso de novos nomes no sistema de restrição ao crédito, indicando maior cautela dos consumidores e menor propensão ao endividamento.
Por outro lado, a quantidade de consumidores que conseguiram quitar suas dívidas e sair do cadastro de negativados sofreu forte queda. Em agosto de 2025, as exclusões caíram 51% frente ao mesmo mês do ano anterior, e no acumulado do ano a retração foi de 11%. Esse comportamento revela dificuldades crescentes das famílias em renegociar e liquidar seus débitos, restringindo o acesso ao crédito e prolongando situações de inadimplência.
Adicionalmente, o número de consultas ao sistema de crédito, indicador que mede a intenção de compras a prazo, apresentou queda de 10,4% em agosto e de 7,12% no acumulado do ano em relação a 2024. Isso demonstra um ambiente de consumo mais retraído, em que tanto a demanda por crédito quanto a disposição dos fornecedores em concedê-lo permanecem em níveis mais baixos.
O cenário de agosto de 2025 reforça uma combinação preocupante: de um lado, há menor entrada de novos inadimplentes; de outro, observa-se forte redução na saída de consumidores da lista negativa e queda na atividade de consumo a prazo. Essa dinâmica sugere que as famílias estão evitando novos compromissos, mas enfrentam grandes obstáculos para recuperar sua saúde financeira. Tal quadro limita a retomada do consumo, fragiliza a confiança do mercado e mantém pressão sobre a atividade econômica local.