12 de junho de 2023

https://radio.uel.br/coluna/projetando-o-futuro-de-londrina/2023/06/12

Olá meus caros. O centro de Londrina volta a ser foco de atenção, especialmente por parte da sociedade civil organizada que percebe que uma intervenção nesta área potencializaria nossa economia em todos os seguimentos da produção e do bem-estar.

Para tanto, é preciso pensar esta revitalização como uma obra estruturante e não como uma simples maquiagem, que não deixa de ser bem-vinda, mas a ideia aqui é de outra natureza.

Uma obra estruturante significa um projeto de construção voltado a melhorar a infraestrutura básica de uma área, geralmente em grande escala, com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico, melhorar a qualidade de vida da população e criar condições favoráveis para o crescimento de uma região.

O termo ‘estruturante’ é usado para enfatizar o impacto dessas obras na estrutura geral de uma região e capaz de alterar seu panorama socioeconômico. Intervenções desta natureza demandam investimentos significativos e são projetos de longo prazo, com a expectativa de trazer benefícios duradouros para a população e a economia local.

Ao considerar aspectos ambientais, sociais e econômicos, a fim de evitar impactos negativos e garantir uma abordagem sustentável, tais obras impulsionam o desenvolvimento da cidade, atraem investimentos, geram empregos, e melhoram o bem-estar da população.

São exemplos deste conceito, o Contorno Leste ligando a PR-445 até a BR-369 e a duplicação da PR 445, são duas obras estruturantes para Londrina. Juntam-se a estas outras duas: a Revitalização do Centro e a Construção de um Parque Horizontal unificando os lagos Igapó com o Jardim Botânico e o Parque Arthur Thomas. 

Voltando a  revitalização do Centro, esta precisa privilegiar o pedestre. As Ruas Prof. João Candido, Sen. Souza Naves, Sergipe e Pará fariam os limites externos do quadrilátero central que seria reservado para as pessoas, sendo permitido somente o acesso de veículos aos moradores desta área.

As pistas no entorno precisariam ficar livres para o trânsito de veículos com a remoção de qualquer área de estacionamento nas laterais. Isso exigirá o estudo em um simulador de tráfego para um maior entendimento sobre a dependência entre as junções e conexões viárias nesta região.

Já a área do bosque com acesso pela Rua Pará, da praça Gabriel Martins com acesso pela João Candido e Praça da Concha Acústica, poderia ser aproveitada como estacionamentos subterrâneos, todos com saída por escadas voltadas à Catedral.

Depois da utilização de Softwares de análise de fluxo faz-se um teste prático desta solução viária antes de implantá-la de forma definitiva e enquanto se espera pelos estacionamentos subterrâneos, as áreas dentro do quadrilátero, onde veículos deixariam de circular, poderiam ficar com esta função provisória de parqueamento.

Este projeto, associado a outras medidas estruturante especialmente a criação do parque linear do Igapó, e a implementação de um circuito cultural contemplando nossos teatros, museus e igrejas, com um calendário inteligente de eventos seria a alavanca para uma cidade diferenciada, tendo-os como parte de nossos atrativos turísticos.

Vale sempre lembrar que, enquanto o comércio é ótimo para fazer circular o dinheiro e democratizar a renda, é na indústria e no turismo que temos injeção de dinheiro novo.

Pensa nisso, Te vejo na próxima coluna e até la se cuida.   


Marcos J. G. Rambalducci - Economista, é Professor da UTFPR.