11 de setembro de 2023

2023/09/11

Olá, meus caros. O tema da coluna de hoje é a inadimplência que apresenta índices muito elevados seja no Brasil seja aqui na nossa cidade. Mas há sinais de melhora e vale a pensa abordar este assunto. O índice de inadimplência é uma métrica financeira que indica a proporção das dívidas que não foram pagas, em relação ao total de vendas feitas ou o crédito concedido pelas empresas.

Quanto mais elevado for esse indicador, pior estará a situação em relação à inadimplência e isso tem implicações em toda a cadeia produtiva, mas é aflitivo especialmente ao devedor.

Agora veja, a Confederação Nacional do Comércio realiza mensalmente a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), por meio amostral, coletando os dados em todas as capitais e no DF.

A pesquisa do mês de agosto revela que no Paraná 18,1 % das famílias tem conta em atraso, sendo que este percentual é maior para as famílias com renda de até 10 salários-mínimos (19,4%) contra 11,9% para rendas superiores.  

No Brasil como um todo a situação é mais grave com 30% das famílias com dívidas em atraso sendo que nas famílias de menor renda o atraso atinge 33,4% enquanto famílias com renda superior a 10 salários o percentual é de 14,5%.

E outro indicador chamado Mapa da Inadimplência do Serasa, aponta que em julho eram 71,4 milhões de pessoas inadimplentes no Brasil, com dívida média de R$ 4.924,00, com o cartão de crédito representando 29,5% delas, seguido de contas básicas como água e luz com 24% e dívidas junto ao setor bancário outros 15,3%.

Se comparado a janeiro, o número de inadimplentes subiu em 1,4 milhões de pessoas e o valor médio das dívidas também sofreu alta de quase 7% fazendo que o total das dívidas evoluísse de R$ 323 bilhões para 352 bilhões.

Agora uma informação interessante e positiva. O Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) da Associação Comercial e Industrial de Londrina – ACIL, mensalmente faz a análise do comportamento do consumidor varejista. Aliás, sou eu mesmo que faço esta análise para a ACIL e utilizo dois indicadores: a) consumidores que são incluídos na restrição ao crédito “negativados” e b) consumidores que recuperaram acesso a crédito “desnegativados”, sempre comparando com o mesmo período do ano anterior.

De janeiro a agosto o percentual de consumidores que entraram no cadastro de inadimplentes foi 1,4% maior que no mesmo período do ano passado. No entanto, a quantidade de consumidores que ‘limparam’ o nome foi bem maior e aumentou em 6% na mesma comparação.

Esta foi a primeira vez desde 2017 que a base de consumidores com potencial de tomar crédito subiu, com saintes do sistema sendo superior ao número de entrantes somando mais 1.055 consumidores com o nome limpo, na comparação com a base de janeiro.

Esta dinâmica tem relação muito maior com a recuperação econômica da cidade do que com o programa ‘desenrola’, visto que ele será oferecido como possibilidade de renegociação de dívidas somente ao final deste mês.

É porque é importante estamos falando disso hoje. Porque, caso tal recuperação venha a se consolidar nos próximos meses, Londrina terá um final de ano muito mais positivo e vai abrir mais oportunidades para a criação de emprego e de renda.

Portanto, se você tem comércio esteja preparado para uma possível necessidade de readequar seus estoque e se você está procurando uma oportunidade de trabalho, a hora é agora. Então, seja você empresário ou trabalhador, fique atento para estas oportunidades.

Pensa nisso, te vejo na próxima coluna e até lá se cuida.


Dr. Marcos J. G. Rambalducci, Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.