10 de junho de 2024

Olá meus caros. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, mostram que na região de Londrina a taxa de desemprego para o primeiro trimestre de 2024 esteve em 4,9%, significativamente inferior à média nacional de 7,9%.

A economia brasileira ainda está relativamente distante da menor taxa de desemprego atingida em 2014 de 4,8% mas deixamos para traz o pico de 14,7% do primeiro trimestre de 2021. Essa redução na taxa de desemprego ajuda a explicar o aumento incomum no pedido de demissões voluntarias e o crescimento da média salarial no país.

Olhemos este dado. Em 2023 foram 21,8 milhões de desligamentos, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, sendo 7,4 milhões voluntários, o que equivale a 34% do total e deve chegar a 38% em 2024 se mantida a tendência.

Pesquisa levada a cabo por Bruno Imaizumi da LCA Consultores, mostra que o motivo do elevado número de pedidos  voluntários de desligamento, o mais alto registrado em mais de 20 anos, são próprios de uma percepção positiva da economia.

Se a oferta de emprego é menor, o trabalhador que se sujeita a postos de trabalho abaixo de sua qualificação e com salários baixos, mas agora que encontra ofertas mais adequadas a seu perfil ele, claro vai em busca de posições mais rentáveis e que lhe propiciem maior satisfação.

Uma segunda explicação está na mudança de comportamento de uma nova geração de trabalhadores, que valorizam mais o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e buscam labores que ofereçam mais flexibilidade e possibilidade de trabalhar remotamente.

Some-se a isso, uma leva de empreendedores individuais que saltou de 4,6 milhões em 2014 para 15,7 milhões em 2023, conforme revelam os números do SEBRAE, que encorajados pela perspectiva de maior liberdade econômica, buscam abrir seus próprios negócios.

Essa dinâmica da força de trabalho traz como consequência a necessidade de as empresas oferecer melhores salários para atrair ou reter trabalhadores, bem como melhorar os benefícios e repensar a forma do trabalho.

O primeiro reflexo pode ser visto na mudança na distribuição do pessoal ocupado por faixa de rendimento nos últimos 2 anos, conforme pesquisa da LCA Consultoria. A parcela de trabalhadores com renda mensal entre zero e 1 salário mínimo caiu de 35,5% para 31,7%.

A parcela de quem ganhava entre 1 e 2 salários mínimos aumentou de 32,4% para 35,1% e acima de 2 salários mínimos subiu de 29,9% no primeiro trimestre de 2022 para 31,6% no primeiro trimestre deste ano.

O rendimento médio real efetivamente recebido no 1º trimestre de 2024 foi de R$ 3.056, contra R$ 2.739 no primeiro trimestre de 2022, ou seja uma evolução real de 11,6%, maior variação em 2 anos, desde 2012, primeiro registro desta natureza encontrado  na PNAD continua do IBGE.

Uma economia robusta amplia as oportunidades de emprego, reduz a insegurança e proporciona aos trabalhadores a confiança para buscar posições que melhor se alinhem com suas habilidades e aspirações. Merece nossa atenção quem se propõe a impulsionar a economia, com conhecimento de causa e de forma realista.    

 Pensa nisso. Te vejo na próxima coluna e até lá se cuida.

   

Dr. Marcos J. G. Rambalducci, Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.