26 de abril de 2021

26-04-2021_-_ECONOMIA_PARA_TODOS

Olá meus caros. Nossa cidade de Londrina, tão logo tenhamos superado esse processo de pandemia que nos tem assolado e ao mundo, viverá um daqueles raros momentos de inflexão no nosso modelo econômico. Digo isso em função de todo um conjunto de ações que estão sendo orquestradas, que vai do nosso Plano Diretor passando pela construção do Planejamento estratégico da cidade para os próximos 20 anos – o Masterplan, que foi assunto em coluna anterior, à estruturação das governanças de vários setores do ecossistema de inovação da nossa cidade.

Tudo caminhando para uma estrutura produtiva que se mostre mais equilibrada entre a prestação de serviços e a indústria. É sobre o processo de industrialização que faço meu comentário de hoje. 

Começo lembrando que toda empresa é por princípio uma instituição social na medida que lhe cabe atender a demanda da sociedade por bens e serviços; gera renda para a sociedade por meio dos empregos e do lucro; e paga impostos que financiarão a saúde, a segurança, a educação e os investimentos em infraestrutura pública.

Ela precisa realizar suas atividades dentro de parâmetros de sustentabilidade: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade legal.

Considerando que nossa cidade precisa atrair novos investimentos empresariais, é fundamental centrar atenção em atividades capazes de desempenhar melhor o papel de disseminadora de riquezas alinhada a nossas peculiaridades e potencialidades.

Embora todas sejam bem vindas as empresas de cadeia produtiva longa - aquelas que necessitam de grande quantidade de outras empresas, tanto a montante como fornecedoras de produtos semiacabados, quanto à jusante utilizando os distintos modais para sua logística de distribuição, merecem ser privilegiadas.

Isso porque o valor total agregado ao produto final será rateado em toda a cadeia produtiva, demandando empregos de distintos níveis de qualificação, e deixando a grande parcela deste valor dentro de nossa comunidade.     

Mas queremos também empresas que sejam intensivas em tecnologia e não em matéria prima. Isso porque são menos agressivas ao meio ambiente, com capacidade de absorver o contingente de técnicos e engenheiros colocados no mercado por nossas instituições de ensino e são as que mais adicionam valor ao produto.

Estas características apontam para um tipo de empresa: Indústrias de Base Tecnológica. Elas precisam ser empresas de classe mundial, que utilizem nossos fatores de produção, mas vendam para o mundo de forma a injetar dinheiro novo em nossa economia.

A sinergia com nossas empresas, especialmente micro e pequenas, além da demanda criada, exigirá delas um alinhamento a novos processos e procedimentos que as colocará com capacidade de atender outras empresas de classe mundial.


Além disso trará uma nova dinâmica para o comércio e para os demais prestadores de serviço. Apoiar a micro e pequena empresa local passa necessariamente por trazer 4 empresas de classe mundial para Londrina.

A minha sugestão e trabalhar na atração de uma indústria de veículos elétricos, uma indústria de células solares, uma indústria de robôs industriais e uma indústria de drones agrícolas. Perceba a sinergia que estas empresas fazem com as nossas e entenderá a razão destas escolhas.

Este tipo de indústria não é dependente do mercado local ou regional, pois vende para o mundo. Logística, cadeia de fornecedores e mão-de-obra qualificada são seu mote. Garantir tais facilidades, formalizar um projeto de atração e divulgar corretamente entre potenciais pretendentes, farão o resto.

Mais que uma cidade rica. Uma cidade rica para todos.

Pensa nisso.

Te vejo na próxima coluna e até lá, se cuida.