13-06-21_-_ECONOMIA_PARA_TODOS
Olá, meus caros. Os dados do CAGED Cadastro de Empregados e Desempregados, divulgado na semana passada, mostrou que Londrina fechou o primeiro quadrimestre deste ano com saldo positivo de 1.894 postos de trabalho com carteira assinada. Caso o mesmo crescimento se mantenha nos dois próximos quadrimestres, a cidade alcançará o segundo melhor resultado de sua série histórica na geração de emprego formal.
No entanto, tal número só será possível se conseguirmos atuar para impulsionar internamente nossa economia. Isso porque, em grande medida, os empregos gerados em Londrina, especialmente na prestação de serviços, são decorrência da reocupação dos espaços de ociosidade criados pela pandemia.
Esta oferta de postos de trabalho ocorre sem a exigência de novos investimentos. É como encher uma bexiga que esvaziou – exige muito menos esforço que soprar em uma bexiga nova. A medida em que estes espaços vão sendo preenchidos, a abertura de novos postos de trabalho exigirá investimentos e muito mais esforço para cada novo emprego criado.
Está evidente que haverá desaceleração na criação de novos postos de trabalho no Brasil a partir dos próximos meses. Então é preciso agir com inteligência e vigor para dar nova tração à economia local e é este o assunto a que chamo a atenção hoje.
A chance de evitar a estagnação na geração de empregos em Londrina é o setor privado adotar o modelo utilizado pela municipalidade com o Programa Compra Londrina - uma estratégia voltada a privilegiar as empresas da cidade como fornecedoras das compras públicas da Prefeitura.
Para termos uma ideia, foram R$ 58,8 milhões negociados pelo Prefeitura com empresas locais em 2021, o que significou, conforme estudo do Núcleo Interdisciplinar de Gestão Pública (NIGEP), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), a geração de 441 empregos e um potencial para criar até 181 novas microempresas na cidade.
Se o poder público foi capaz de encontrar soluções voltadas a favorecer o empreendedor local, o setor produtivo privado precisa também adotar tática semelhante tomando a iniciativa de privilegiar sempre o fornecedor da cidade.
Em um primeiro momento, assim como fez a prefeitura, é preciso que as empresas se comprometam a comprar dos fornecedores locais e investir na qualificação de seus fornecedores quando eles não estiverem adequados aos padrões exigidos.
Em um segundo momento, as empresas precisam se adonar do excelente trabalho desenvolvido pelo prof. Humberto Sessi Filho, da UEL e sua equipe, que levantam as matrizes de insumo produto de nossa estrutura produtiva. Uma matriz insumo-produto, mostra, entre outras coisas, de quem uma empresa está comprando e para quem está vendendo.
Com uma informação desta natureza é possível aprimorar políticas voltadas a atrair fornecedores e demandantes estratégicos garantindo a sustentabilidade de uma estratégia de retroalimentação positiva para nossa economia. E isso sim, depende exclusivamente das próprias empresas.
Pensa nisso, te vejo na próxima coluna e até lá se cuida.
Marcos J. G. Rambalducci - Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.