Olá meus caros. Nestes últimos dias a mídia repercutiu à exaustão os recentes reajustes no preço da gasolina e do diesel. Com os novos reajustes o preço da gasolina vendida nas refinarias pela Petrobras já subiu neste ano praticamente 35%, e o diesel, 28%.
Esses aumentos batem direto no bolso de nós brasileiros e impacta a popularidade do governo, o que levou o presidente Bolsonaro a substituir o comanda da Petrobras e essa ingerência acabou por gerar uma tal insegurança para o mercado que suas ações despencaram 20% em um único dia. Hoje vou falar um pouco sobre a composição do preço dos combustíveis, pois muita gente tá se perguntando:
Não era o correto a ser feito? A Petrobras e o petróleo não são nossos? Então por que os combustíveis precisam acompanhar o preço internacional e a cotação do dólar?
Vamos começar pelo começo. A Petrobras é uma empresa estatal de economia mista, ou seja, é o resultado da união entre capital do Estado e capital de entes privados.
É também uma Sociedade Anônima, o que significa ser um modelo de companhia com fins lucrativos, caracterizada por ter seu capital financeiro dividido em ações.
As sociedades anônimas de capital aberto disponibilizam as suas ações para negociações nas bolsas de valores e mercados de balcão. O resultado desse modelo é que quem compra as ações de determinada empresa passa a ser proprietária de uma pequena porção dela.
O governo, está no controle da empresa porque sozinha detém em números redondos 37% das ações da empresa, outros 20% são de investidores brasileiros, gente como eu e você, e outros 43% investidores estrangeiros.
Então... Em uma empresa de capital misto, o interesse público, representado pelo estado, não pode deixar de considerar o interesse dos demais acionistas que investiram na empresa com o objetivo de obter lucro. Por essa razão, a interferência do presidente da república no comando da empresa causou tal desconforto.
Segundo ponto. Muito se fala da autossuficiência do Brasil em petróleo, mas isso não é exatamente verdadeiro.
A produção de petróleo no Brasil corresponde à quantidade de que necessitamos, mas nosso petróleo é do tipo pesado e nossas refinarias não são adequadas para seu refino o que exige que importemos 20% de petróleo leve para misturar ao nosso.
Além de termos que comprar 1/5 de nossa necessidade de petróleo pagando preço de mercado e em dólares, petróleo em baixo da terra não nos serve.
Para a extração de petróleo, a grande maioria dos custos é precificada em dólar. São as plataformas marítimas, torres e sondas de perfuração, etc. Por isso variação no dólar e o preço do barril no mercado internacional impactam diretamente a formação dos custos de nosso combustível.
Agora considere isso. Gasolina é vendida na refinaria para os distribuidores por valor próximo a R$ 2,25. Mas o preço que eu e você vamos pagar aqui em Londrina será na média R$ 5,10, isso porque, sobre o valor pago na refinaria recaem 29% de ICMS recolhido pelo estado, outros 16% em tributos federais, 12% que é a adição de 27,5% de etanol na gasolina, mais uns 3% de custo de transporte e em torne de 11% de margem de lucro das revendas.
Então dos R$ 5,10 bem mais da metade são impostos, custos de transporte e margens de lucro das revendas.
Pensa nisso, Nos vemos na próxima coluna e até lá, se cuida.