Na semana passada (26), tivemos a divulgação do número de empregos formais criados no país no mês de setembro pelo CAGED, e em seguida (27) o IBGE divulgou os dados da taxa de desemprego para o trimestre de julho a setembro.

Tais informações são um forte balizador para a previsão de comportamento da economia para este final de ano que será reflexo da quantidade de dinheiro que estará nas mãos dos consumidores.

Além desse indicador, outros também precisam ser levados em consideração, mas de forma geral, nossa cidade aponta para um final de ano entusiasmante.    

Cai taxa de desemprego ...

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de desemprego caiu 0,6% no trimestre de julho a setembro de 2022 e ficou em 8,7% no período. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a redução é de 3,9 pontos percentuais.

... ao menor patamar em 7 anos ...

Esta é a menor taxa de desemprego desde o trimestre fechado em junho de 2015, quando alcançou 8,4%. A população ocupada somou 99,3 milhões de pessoas, um recorde da série iniciada em 2012 com a inclusão de 6,3 milhões de pessoas.

 ..., e com elevação do rendimento real. 

Não só houve aumento no nível de ocupação como também ganhos no rendimento real que subiu 3,7% na comparação trimestral, saindo de R$ 2.630 para a média de R$ 2.737, o que elevou a massa de rendimentos para algo como R$ 272 bilhões.  

 Duas fontes distintas de informações ...  

Os dados do IBGE têm sua origem na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua a partir das informações coletadas nas Regiões Metropolitanas e analisadas estatisticamente. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), por sua vez, se baseia nos dados informados mensalmente pelos empregadores em relação à movimentação de funcionários.

.. mas com o mesmo vetor... 

A informação do CAGED, embora somente contemple o emprego com carteira assinada tem como vantagem a possibilidade de estratificar os dados por municípios. No mês de setembro os dados apontam a criação de 278 mil empregos no Brasil, e Londrina contribuiu com 1.153 postos deste total.

... e revertendo tendências.

Um olhar atento aos dados mostra que o Comércio vinha patinando ao longo do 1º semestre, tendo encerrado o período de janeiro a julho com saldo negativo na geração de empregos. No entanto, entre agosto e setembro reverteu esta tendência e criou 573 novos postos de trabalho com carteira assinada. 

As razões para esta guinada ...  

O Comércio responde ao que acontece na economia. Com mais empregos gerados na Indústria, Construção Civil e Serviços, aumenta a renda das pessoas que passam a consumir mais, exigindo que o comercio varejista se adeque a esta nova demanda.

... foram construídas ao longo do ano.

Desconsiderando o Comércio, Londrina criou entre janeiro e setembro 6.057 empregos com carteira assinada e isso explica a retomada na geração de emprego no mercado varejista de Londrina, em resposta a este crescimento.

Nem tudo são flores...

Embora o emprego formal dê as condições para o aumento na renda disponível em circulação é preciso lembrar que ainda estamos convivendo com níveis elevados de inflação, taxas de juros que prejudicam sobremaneira a venda a crédito e nível de inadimplência recorde.

..., mas temos o que celebrar.

Londrina deve superar o recorde na geração de empregos formais do ano passado e todos os setores da nossa economia local mostram recuperação consistente. Não há como não acreditar em um final de ano com a economia de Londrina se descolando definitivamente da crise.


 Marcos J. G. Rambalducci - Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.